O Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) já analisou 80 amostras do Sars-CoV-2 (o novo coronavírus que provoca a infecção covid-19) desde setembro. Dessas, 48 tiveram o resultado divulgado nesta quinta-feira, 04. Foram identificadas seis variantes diferentes do vírus em circulação na Bahia. Nesta sexta-feira (05), mais 32 análises serão divulgadas,11 delas de pacientes de Manaus que estiveram na Bahia e de pacientes daqui que viajaram para a capital do Amazonas.
Os 48 genomas já sequenciados são de pessoas que moram em território baiano, sendo a maioria de Salvador. Apenas uma das amostras foi encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde de Seabra e obtida de um paciente residente em São João de Meriti, no Rio de Janeiro.
A diretora geral do Lacen-BA, Arabela Leal, destaca que as amostras foram baseadas na representatividade de todas as regiões geográficas do Estado. "Os 48 genomas sequenciados são provenientes de 25 municípios da Bahia, sendo que todos os pacientes tinham sintomas clínicos característicos, como dificuldade de respirar, cansaço, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou pneumonia, bem como eram casos suspeitos de reinfecção e óbitos", explica.
Segundo Arabela Leal, o objetivo do sequenciamento é a vigilância. Para conseguir controlar as variantes, é preciso catalogar cada uma delas, o máximo possível, para se familiarizar com o inimigo e saber até que ponto ele é perigoso.
“O teste de sequenciamento é realizado com o objetivo de vigiar as cepas que estão circulando na região. No nosso caso, fizemos um projeto inicial que vamos contemplar todas as nove regiões de saúde que o estado possui. A gente quer exemplares de cada região ao longo do período de pandemia. É importante que a gente esteja ciente de quais cepas estão circulando no nosso estado, de onde elas vêm, como elas entram no nosso estado e, a depender do que já foi pesquisado e entendido dessas cepas, qual o direcionamento dos tratamentos”, afirma a diretora do Lacen-BA
Ela ressalta que as seis linhagens identificadas não são exclusivas da Bahia e também não são motivo de grande preocupação. “Elas não são as que estão sendo consideradas agora como as mais agressivas. As que a gente recebeu, nos primeiros testes, são cepas que já estão circulando em todo o Brasil. Agora, que estão surgindo essas novas linhagens mais agressivas por aí e que têm preocupado, nós estamos vigilantes aqui para tentar identificar se elas estão ou não circulando no nosso estado”, pontua.