Uma reportagem da Reuters, que obteve acesso a mensagens do aplicativo WhatsApp do Ministério da Saúde, mostra que a pasta não se movimentou em relação à negociação dos imunizantes durante a pandemia, enquanto os outros países do mundo se apressavam para garantir logo as doses. A matéria diz que "o Brasil perdeu a chance de obter vacinas contra a Covid-19", enquanto os militares bolsonaristas se preocupavam apenas com a distribuição da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra o coronavírus.
Mensagens frequentes contra a vacina e a favor do medicamento ineficaz foram escritas no grupo. Em 12 de junho, o secretário-executivo da Saúde, Elcio Franco, mandou um texto sobre a vacina da Oxford/AstraZeneca com a pergunta, em seguida, "quem quer ser cobaia?". Três dias depois, ele mandou a seguinte mensagem: "a taxa de mortes está caindo drasticamente devido ao procolo de Bolsonaro. A cloroquina está revertendo a situação".
Em agosto do ano passado, o ministério perdeu a oportunidade de receber 70 mil doses da vacina da Pfzier/BioNTech e as 100 milhões de doses da vacina da Oxford, que seria o único plano do governo federal, não puderam ser fabricadas por conta de inúmeros atrasos.
A Coronavac, com 10,8 milhões de doses, utilizada na vacinação do Brasil, que começou de forma tardia, no dia 17 deste mês, junto com 2 milhões de doses da vacina de Oxford mandadas pela Índia no dia 22, foram as únicas conseguidas por enquanto para uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas.