Embora o governo federal tenha anunciado a divulgação de um plano de vacinação contra a Covid-19 para esta quarta (16), o presidente Jair Bolsonaro deu sinais de que pretende influenciar a população a não se imunizar. Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na Band, ontem (15), Bolsonaro disse que o plano terá uma cláusula "falando que os laboratórios não se responsabilizam por efeitos colaterais, não interessam quais sejam".
"Eu comecei a conversar com [o ministro da Saúde, Eduardo] Pazuello para ele começar a mostrar o que seria a 'bula' desse medicamento. E lá no meio dessa bula está escrito que a empresa não se responsabiliza por qualquer efeito colateral. Isso acende uma luz amarela. A gente começa a perguntar para o povo: você vai tomar essa vacina, se as condições são essas?", disse.
Bolsonaro ainda voltou a defender o uso de remédios sem comprovação científica contra a doença e atribuiu o "baixo número de mortes" por Covid-19 em países do continente africano à aplicação de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina.
"Alguns falam que não tem comprovação científica, eu sei disso, mas não tem contraindicação. Está aí à disposição. Tem gente que toma preventivamente. (...) Eu não sou contra a vacina, mas sou plenamente favorável a esse tratamento preventivo que a gente tem no Brasil", afirmou.