Pelo menos 42 alunos da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) tiveram conversas de WhatsApp, senhas de banco e até fotos íntimas salvas pelos computadores disponibilizados pela instituição, entregues para viabilizar as aulas que acontecem de forma remota, em decorrência da pandemia. As denuncias feitas pelos estudantes alegam que um programa espião funciona nos notebooks emprestados monitorando e salvador as informações.
“Todas as conversas em WhatsApp Web que eu tive no computador estavam lá salvas. No meu caso não fui tão exposta porque coloco adesivo na câmera do computador, então não tinha foto pessoal minha. Não sei o que teria sido salvo se eu não tivesse tido esse cuidado. Eram quase dois mil prints da tela do meu computador em todas as atividades que fiz”, conta ao Correio uma das estudantes atingidas pelo problema, que pediu para não ser identificada.
A instituição, entretanto, nega qualquer prática que viole a privacidade dos alunos. “A Administração esclarece que respeita a privacidade de seus acadêmicos e que não adota nenhum mecanismo que fira esse direito”, disse em nota publicada na última quinta-feira (22).
Depois das denúncias, a UFSB instalou uma sindicância formada por pró-reitores e servidores para investigar o caso e identificar a origem do programa.