Os tremores de terra sentidos por moradores de Salvador e outras cidades da Bahia, hoje (31) e no final de semana, assustaram muita gente. O fenômeno, no entanto, não é novo e deve ser repetir mais vezes, segundo o professor, mestre em Geociência e doutorando em Geologia Henrique Assumpção.
“Isso é algo que acontece e vai acontecer outras vezes, mas não é tão perigoso assim”, alerta. Para o professor, duas possibilidades estão postas sobre os acontecimentos recentes. De acordo com ele, pelo fato do hipocentro ter sido a 10 km da superfície terrestre, é mais provável que um deslocamento de falhas geológicas tenha ocorrido.
“Com essa informação do hipocentro, é mais provável a influência de falhas geológicas que temos nessa região. Deve ter ocorrido algum pequeno deslocamento nas falhas e fez com que a energia se dissipasse em forma de tremor”, afirmou.
Outra possibilidade, mais remota, segundo Assumpção, é a acomodação de terra pela diminuição de lençóis freáticos. “Isso é gerado pela formação de espaços vazios. Onde deveria ter o lençol freático, fica o espaço vazio por conta da captação dessa água. Quanto maior a cidade, mais poços artesianos são construídos, por exemplo, e esse lençol vai baixando o nível e aumentando esse espaço vazio, que uma hora acaba cedendo de forma rápida e abrupta”, aponta.
A terra tremeu – No final de semana e hoje, moradores de cidades da Bahia foram surpreendidos por fortes tremores. O primeiro atingiu a capital, Salvador, além de cidades do Recôncavo Baiano como Muritiba, Valença, Santo Antônio de Jesus e Sapeaçu.