Ao menos 269 mil perderam o trabalho na Bahia em julho, uma queda de 5,25 em relação a junho, informou nesta quinta-feira (20) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número representa o segundo maior contingente de desempregados do país –perdendo apenas para São Paulo, cuja população ocupada recuou em 321 mil.
Os dados são da Pnad Covid, pesquisa criada pelo instituto para detectar os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro.
Segundo o levantamento, no mês passado, 4,882 milhões de pessoas de 14 anos ou mais trabalhavam em todo o território baiano, ou seja, estavam ocupadas.
Com a redução da população em trabalho formal, a Bahia teve em julho o menor nível de ocupação desde 2012: 40,7% das pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) estavam ocupadas. Essa proporção caiu em relação a junho (42,9%).
De acordo com o IBGE, os segmentos mais afetados foram: outras atividades (-201 mil trabalhadores entre junho e julho), alojamento e alimentação (-61 mil) e outros serviços (-46 mil).
Já o contingente de desocupados cresceu um pouco (+24 mil) e chegou a 924 mil. O número de pessoas que não procuraram trabalho por causa da crise sanitária, por sua vez, teve o maior aumento do país e chegou a 2,3 milhões (+270 mil que em junho).
Construção civil vê incremento
Os dados do IBGE aponta, por outro lado, que a atividade de construção teve o maior aumento no número de trabalhadores entre junho e julho (+35 mil ocupados), seguida por comércio, reparação de veículo automotores e motocicletas (+18 mil trabalhadores) e, empatadas, a indústria (+16 mil trabalhadores ) e a administração pública (+16 mil ocupados).
Informalidade tem queda
Em julho, a taxa de informalidade na Bahia, ou seja, a proporção de trabalhadores informais no total da população ocupada, recuou para 46,1%, frente a 48,0% em maio e junho.
Isso significa que, no estado, 2,250 milhões de pessoas eram empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos sem carteira assinada; empregadores ou trabalhadores por conta própria que não contribuíam para o INSS; ou trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
Já a adoção do trabalho remoto cresceu discretamente. Em julho, 326 mil pessoas ocupadas estavam em home office (6,7% da população ocupada), frente a 302 mil pessoas em junho (5,9% dos trabalhadores) e 280 mil em maio.
Número de afastados cai quase pela metade
Entre junho e julho, o número de pessoas afastadas do trabalho por causa do isolamento social na Bahia caiu a quase pela metade (-46,5%) e atingiu 527 mil profissionais.
No mês passado, 527 mil pessoas tinham um trabalho, mas estavam afastadas em razão do isolamento social, frente a 984 mil em junho. Ou seja, 458 mil pessoas deixaram o afastamento do trabalho (redução de -46,5%) em um mês.
Com isso, a proporção de trabalhadores afastados pela pandemia na população ocupada total do estado recuou de 19,1% em junho para 10,8% em julho, mantendo-se como a 11ª proporção entre os 27 estados.
Uma parcela significativa desse grupo foi dispensada, o que puxou a queda na população ocupada. Uma parte, ainda que pequena, voltou a procurar trabalho, enquanto uma parcela queria trabalhar mas nem chegou a procurar emprego. Entre os motivos estão a pandemia ou a falta trabalho na região em que moram.