A Justiça do Espírito Santo determinou, em decisão liminar (provisória), que Facebook, Twitter e Google Brasil retirem do ar postagens em que a militante de extrema-direita Sara Fernanda Giromini, expôs uma criança de 10 anos, grávida após estupro, autorizada a realizar um aborto no Recife (PE).
Segundo o portal UOL, a decisão atendeu a um pedido da Defensoria Pública do Estado, e as plataformas têm até 24 horas para obedecer. Caso as empresas descumpram a medida, será aplicada uma multa diária de R$ 50 mil.
A extremista divulgou na tarde de domingo (16) o endereço da unidade de saúde em que acontece o procedimento, revelou o primeiro nome da criança e usou o termo “aborteiro” para se referir ao suposto médico que realizaria o procedimento. Em seguida, pediu que seus seguidores rezassem e “colocassem os joelhos no chão”. Durante a tarde, um grupo de pessoas autodenominas “católicas” se reuniu na porta da unidade para protestar contra a realização do aborto.
De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo, a criança de 10 anos era estuprada havia quatro anos e engravidou. O tio, de 33 anos, foi indiciado pelo crime, mas etá foragido.
O caso chegou à polícia no dia 8 de agosto, quando ela deu entrada num hospital público da cidade de São Mateus, a 220 km de Vitória, com suspeita de gravidez.
Após aborto, criança passa bem
Ainda de acordo com o UOL, a menina vítima do estupro conseguiu expelir o feto espontaneamente nesta segunda-feira (17), após a indução iniciada na noite anterior pela equipe médica do Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), ligado à UPE (Universidade de Pernambuco).
Segundo Benita Spinelli, coordenadora de enfermagem do Cisam, a criança está acompanhada da avó e de uma assistente social que veio do Espírito Santo, e nesta manhã passa por uma avaliação multiprofissional que deve analisar a necessidade de retirar os últimos vestígios do feto por meio de uma curetagem.
Spinelli conta que o processo de aborto demora horas e que tudo está correndo como esperado até aqui.