O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) lamentou os quase 100 mil mortos por conta do coronavírus no Brasil, mas disse que o país terá que "tocar a vida". "A gente lamenta todas as mortes, vamos chegar a 100 mil, mas vamos tocar a vida e se safar desse problema", disse o presidente, ao lado do ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, em sua live semanal realizada ontem (6). Na quinta-feira, o Brasil registrou 1.226 novas mortes pela doença, chegando a um total de 98.644 óbitos, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.
Ele ainda fez um comparativo do coronavírus com a epidemia da Aids, causada pelo vírus do HIV, na década de 1980. "Essa historia do HIV é interessante fazer comparativo. Nós vivemos essa pandemia e os hábitos mudaram. As pessoas usam preservativo, diminuem convivência social em alguns casos, trocam gilete no barbeiro. Isso tudo não existia. O HIV continua existindo, o maior se trata e vida que segue. Vai ser assim com o coronavírus", declarou Bolsonaro.
Ainda na live, Bolsonaro voltou a fazer propaganda sobre o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. Não há comprovação científica sobre o uso do medicamento no caso do novo coronavírus. "Quem não quer tomar cloroquina, não tente proibir, impedir quem queira tomar, afinal de contas, ainda não temos uma vacina e não temos um remédio comprovado cientificamente", disse.
"Muitas doenças estariam sem cura se o médico não tivesse a liberdade de trabalhar fora da bula", afirmou, corroborando sua fala com Pazuello. Na sequência, o presidente emendou: "A negação de um medicamento a quem está doente não pode ser de um prefeito ou governador. Quem decide é o médico". Pazuello respondeu: "Exatamente".