O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) parece não ter curtido a estratégia do Facebook de excluir contas ligadas ao seu clã, identificadas pela empresa de Mark Zuckerberg como propagadoras de notícias falsas, mensagens de ódio e ataques políticos.
Depois do anúncio feito pela rede social, informando a exclusão de contas ligadas a integrantes do gabinete do presidente, filhos e aliados, auxiliares do governo entraram em contato com a empresa para questionar se o ato teve relação com o inquérito das fake news, que está no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em resposta aos questionamentos, o Facebook negou perseguição contra bolsonaristas ou contra o governo e disse que as remoções no Brasil ocorreram como parte de uma ação que está sendo feita pela empresa, dona também do Instagram e do WhatsApp.
Conforme informou o Facebook na quarta (8), as contas excluídas promoviam a propagação de ódio e ataques políticos. Nenhuma investigação no Brasil tinha conseguido até agora ligar auxiliares de Bolsonaro com as publicações.
Segundo a empresa, páginas, grupos e perfis na rede social e no Instagram que foram excluídos estavam ligados a funcionários de gabinete do presidente, do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além de envolvidos com o PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu.
“Apenas atribuímos o que podemos provar. E removemos toda parte da rede. Vimos conexões com o PSL e com funcionários dos gabinetes das pessoas que mencionamos e o envolvimento direto deles”, disse Nathaniel Gleicher, líder de políticas de segurança do Facebook.