O governador Rui Costa (PT) reclamou do avanço do coronavírus no interior da Bahia. De acordo com ele, prefeitos têm questionado decisões da Justiça que permitem o transporte interestadual. Com a chegada de pessoas de outras cidades, a Covid-19 tem se alastrado pelo estado.
“Eu queria fazer um apelo ao ministro da Saúde, em qualquer lugar do mundo, a pandemia só se conteve a contaminação quando isolou a área, suspendeu transporte e comunicação. A Ásia conseguiu debelar o vírus em pouco tempo e hoje já voltou à normalidade porque não houve essa disputa entre os governos locais com o governo central. Todo mundo agiu na mesma direção, de derrotar o vírus. Ministro, não se vence uma batalha com um exército dividido, com cada um atirando para um lado”, afirmou.
Rui pediu que ainda o ministro atue junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Quero fazer esse apelo público ao ministro. Se ele, de fato, quer ajudar o povo brasileiro e o povo baiano, que ele ajude e que a ANTT suspenda essas autorizações absurdas. Todas elas trazem pessoas com vírus para cidades que não tinham casos positivos”.
Para Rui, o Brasil já teria superado a crise da pandemia se as ações fossem tomadas com unidade. “Quero dizer a todos que estão ansiosos, como eu estou, para que a vida volte à normalidade. Já teríamos voltado à normalidade se o país tivesse enfrentado isso de forma unificada e centralizada, coordenada. Outras nações voltaram rápido. Essa disputa e forma de atuar do governo federal só tem prolongado a crise. Estávamos há 60 dias, enquanto conseguimos manter ônibus interestadual sem entrar nas cidades do interior, conseguimos manter quase 250 municípios sem nenhuma contaminação. A partir das liminares, o vírus começa a se espalhar rapidamente”, repetiu.
O petista disse acreditar ainda que a ideia do governo federal é induzir uma “imunidade de manada”, quando a maioria da população contrai a doença e desenvolve o anticorpo. “A sensação que eu tenho é de que a estratégia do governo federal é contaminar o máximo de pessoas possível, para que todo mundo ganhe imunização independente de quantos morram. Se vai morrer 50 mil, 100 mil, não interesse. O que interessa é contaminar todo mundo de uma vez. Só pode ser isso. Não é possível que toda ação que município e Estado tomam, o que o governo federal pode fazer para atrapalhar eles fazem”.