O Comitê Científico do Consórcio do Nordeste alertará, em seu próximo boletim, que os picos das curvas de contágio da Covid-19 e de mortes causadas pela doença podem não ocorrer antes de junho, obrigando estados e municípios a promover o chamado "lockdown", um conjunto de medidas para intensificar o isolamento social no estado e limitar a circulação de pessoas em meio à pandemia do novo coronavírus. A informação foi divulgada pela Coluna do Estadão, do jornal Estado de S. Paulo. Os pesquisadores do comitê vão sugerir ainda que os estados da região intensifiquem o isolamento social. O "lockdown" deve adotar critérios específicos, associados a “políticas de segurança”. A medida extrema deverá ser adotada quando a ocupação dos leitos superar 80% e a curva de mortes ainda continuar subindo.
O Maranhão foi usado como exemplo pelo comitê. O estado ultrapassou o índice de 85% dos leitos ocupados. A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou que a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 nas unidades sob gestão da Sesa é 96% na região de Fortaleza e 93% no Estado. No boletim, os pesquisadores apontam a medida como a mais eficaz para conter o nível crítico de contaminação da Covid-19. "O ‘lockdown’ é eficaz para reduzir a curva de casos e dar tempo para reorganização do sistema. É sabido que países que o implementaram conseguiram sair mais rápido do momento mais crítico", diz trecho da minuta do boletim.
Cientistas alertam para a rapidez com que a epidemia está chegando ao interior do Nordeste, "região com menos estrutura sanitária". O número de casos confirmados de Covid-19 nos municípios da região dobrou em dez dias, chegando a 874 anteontem.