Um levantamento desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), apontou que 38% dos baianos acreditam que o isolamento social relacionado à pandemia de covid-19 ainda deve durar pelo menos de dois a quatro meses, podendo ser encerrado entre junho e agosto. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) aponta que o pico de casos confirmados da doença na Bahia está previsto para este mês de maio.
Mesmo com as projeções, ainda há dúvidas em relação ao cenário da propagação do vírus no estado e na capital. Por segurança, na última terça-feira (28), o governador Rui Costa anunciou a suspensão de todas as festas de São João do estado. A realização do Carnaval 2021 também foi posta em dúvida pelo prefeito ACM Neto, que condicionou a festa à descoberta de uma vacina contra o novo vírus.
O diretor da Escola de Administração da Ufba e um dos autores da pesquisa, Horácio Nelson Hastenreiter, afirmou ao jornal Correio que o levantamento não é um reflexo geral da sociedade, já que 84% dos que responderam têm ensino superior completo. “São pessoas que são muito bem informadas e que percebem que a [duração do isolamento] não seria uma coisa rápida. Nós temos visto que as pessoas menos informadas sobre o assunto tendiam a minimizar a duração”, comenta.
A pesquisa, feita através de formulário, foi respondida entre os dias 11 e 15 de abril de 2020 por 1.020 pessoas dos estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, mas cerca de 80% dos participantes eram baianos.
Apenas 4,2% responderam que o isolamento duraria menos de duas semanas a partir da data de referência (10 a 15 de abril). Por outro lado, mais de 50% dos respondentes acreditam que durará mais que dois meses. Outros 12,9% disseram que o confinamento deve durar por mais do que quatro meses