Medida que estava afastada no cenário econômico brasileiro neste século, a emissão de moeda voltou a ser opção durante a pandemia do novo coronavírus e foi admitida nesta quinta-feira (30) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Se cair em uma situação em que a inflação vai praticamente a zero, os juros colapsam, e existe o que a gente chama da armadilha da liquidez, tecnicamente o Banco Central pode, sim, emitir moeda e pode sim, recomprar dívida interna”, afirmou.
O ministro participou de audiência pública virtual da Comissão Mista do Congresso de Acompanhamento das Medidas Relacionadas à Covid-19. No encontro, outro tema central foi o pacote de ajuda a estados e municípios, que deve ser votado no Senado no sábado (2). O ministro elogiou o entendiento com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), que também é o relator da matéria.
Concordamos imediatamente com os governadores em transferir cerca de R$ 90 bilhões. Acertamos tudo ali. Duas semanas depois, eles voltam e pedem R$220 bilhões. A crise da saúde virou outra coisa. E aí eu não podia concordar. Aí eu pedi ao presidente do Senado. Não podemos quebrar a União e transformar o que é uma crise da saúde em um grande movimento de transferência de recursos para estados e municípios com assuntos que não tem nada a ver com a saúde
Questionado se o auxílio emergencial pode ser estendido, caso o período de isolamento social seja maior que o previsto, Guedes disse que não deu essa garantia. Para o ministro da Economia, é preciso manter os “sinais vitais” da economia funcionando. A seu ver, o auxílio em dinheiro de nada adiantaria com as prateleiras vazias. “Então é importante que a produção também exista. Por isso temos que manter os sinais vitais da economia, como tem sido. A supersafra está vindo, está chegando na cidade, então você pode dar o auxílio emergencial que ele vira compra de comida”, respondeu.