Com registros de 100 mortes diárias por sete dias seguidos, em decorrência da Covid-19, o sistema funerário de Manaus já está em colapso. Segundo o presidente do sindicato das empresas funerárias do Estado do Amazonas, Manuel Viana, há cerca de 500 a 600 caixões sobrando. Por isso, a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif) negocia com o Governo Federal a possibilidade de levar à capital amazonense dois aviões cargueiros com 2 mil caixões, vindos de Campinas.
Segundo o presidente da Abredif, caso a operação não seja possível, as urnas com os caixões serão enviadas por meio de caminhão. O estoque atual de caixões em Manaus aguenta por até 6 dias. A viagem de Campinas até a capital do Amazonas, de caminhão, leva em média 11 dias.
Outro problema que a Covid-19 está causando em Manaus é o esgotamento da força de trabalho para realizar os sepultamentos. Segundo Manuel Viana, o cemitério do Tarumã começou esta segunda (27) com uma fila de 40 enterros na espera para acontecerem. Segundo o Jornal O Globo, uma família chegou a enterrar um parente, vítima do novo coronavírus, por conta própria, devido à falta de fiscais e coveiros no cemitério.
Para resolver os problemas, a Prefeitura de Manaus adotou duas emdidas. A primeria, é o serviço de cremação gratuita, disponível desde o último sábado (25). No entanto, no primeiro dia, foram apenas quatro corpos cremados. A segunda medida se inicia hoje: os enterros vão começar a acontecer em camadas triplas, com o aprofundamento das valas. A ideia é enterrar três caixões na mesma cova.
Segundo a Prefeitura, a última semana teve 847 sepultamentos, com média de 121 por dia. Destes, cerca de 57 foram confirmados como causados pelo coronavírus. A testagem no estado do Amazonas ainda é um problema, e a subnotificação vem acontecendo.