O bloco afro Ilê Aiyê ficou de fora do edital Ouro Negro 2020, do governo do estado. O resultado final foi divulgado nesta quinta-feira (6), no site da Secretaria de Cultura (Secult).
O motivo da inabilitação para o incentivo foi uma pendência na certidão de regularidade com a Fazenda Municipal. Vovô do Ilê, presidente do bloco, explicou ao site Bahia.ba que foi entregue uma certidão que estava vencida e, já na fase de recursos, o documento atualizado. A equipe do edital, no entanto, recusou.
Em nota, a Secult informou que a não-habilitação das entidades inscritas se deu por descumprimento do edital e/ou legislação vigente. Entre elas, o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, da Lei Federal nº 13.019/2014 e do Decreto Estadual nº 17.091/2015.
O orçamento do bloco Ilê Aiyê para 2020 gira em torno de R$ 600 mil. Se fosse selecionado no edital, haveria um alívio de 50%.
“Estamos tentando ainda outros recursos, outros parceiros, para ver se a gente consegue fazer um Carnaval digno. Vamos tentar reverter ou minimizar o prejuízo”, afirmou.
Entre as possibilidades está o diálogo com a prefeitura para que indique parceiros. O problema é que, de acordo com Vovô, o setor privado não se interessa em patrocinar blocos afro. O dirigente criticou bancos e cervejarias, que costumeiramente patrocinam blocos e camarotes no circuito Barra-Ondina, mas não patrocinam blocos afro, feito por pessoas que movimentam e consomem seus produtos.