O preço da carne bovina disparou em todo o Brasil, muito por conta do alto índice de exportações para a China. Em um mês, o valor do produto aumentou em quase 50% na capital baiana. Um dos tipos de carne que está escarça na cidade é o filé mignon, que no início de novembro custava em média R$ 34 e, atualmente, sai ao preço de R$ 44.
E a alta pode ser ainda maior nos próximos dias, segundo informou a gerente Carine dos Santos, do Frigorífico do Mané, em Brotas. “Está vindo pouquíssima carne, não está achando para comprar. O filé mignon é o que se acha menos, por isso sofreu impacto maior. De novembro pra cá, o preço da carne bovina já aumentou quatro vezes. A gente não tem como segurar e repassa com aumento”, disse
No estabelecimento, ponta de agulha e cruz machado são os tipos mais procurados. Em um mês, o primeiro passou de R$ 13,99 para R$ 17,99 e o segundo de R$ 14,99 para R$ 18,99. Também procurada, a picanha tradicional subiu de R$ 29,99 para R$ 33,99. “Quarta-feira já deve subir mais o preço. Os clientes estão reclamando muito, procurando outras alternativas. Quem comprava 10 kg, hoje está levando 5 kg e compensando com franco e peixe”, afirmou Carine.
Os recorrentes aumentos têm assustado a população baiana. Com uma confraternização agendada para sexta-feira (6), o policial militar Eder Cruz, 37 anos, tentou antecipar a compra nesta terça-feira (3) para fugir, mas não encontrou estoque suficiente.
“Todo dia um reajuste, a gente fica com medo. Pegou todo mundo de surpresa, ninguém esperava esse comportamento repentino do mercado”, desabafou.
Na análise da comerciante Maria de Fátima, 53, é preciso “dar uma resposta para o governo”, reduzindo o consumo de carne bovina. “Nós somos os próprios culpados, porque quem coloca os governantes lá somos nós. Está caro? Pare de comprar. Tem tanta outra coisa que a gente pode comer. Come frango, ovo, peixe”, afirmou.