Relatório das Audiências de Custódia na comarca Salvador elaborado pela Defensoria Pública da Bahia aponta que a maioria dos presos em flagrante na capital baiana são homens negros e pobres. Os dados foram levantados entre setembro de 2015 e dezembro de 2018. No período de 1.128 dias foram registrados 17.793 prisões, sendo que 16.757 custodiados eram homens e 1.025 mulheres.
Segundo o estudo, quanto à autodeclaração de cor, foram presos ao todo 15.273 negros, representando um percentual de 98,8% do total de flagrantes analisados, enquanto que brancos somaram 193 custodiados, ou seja, 1,2%.
O relatório indica ainda que cruzando os dados relacionados à autodeclaração racial e a decisão que foi tomada com relação à situação do preso, foi concedida liberdade provisória em 51,6% nos casos envolvendo negros e 56,9% nos casos envolvendo brancos. Houve 40,2% de prisão preventiva decretada quando o custodiado era negro e 27,4% para o branco.
A prisão foi relaxada em 8,6% dos casos quando o custodiado era branco houve relaxamento da prisão, e caiu para 4,3% quando era negro. O estudo mostrou também que 24,4% dos negros teriam sofrido agressão enquanto que esse percentual entre os brancos é de 16,4%.
Mulheres
Do total de mulheres presas em flagrante no período, 862 mulheres são autodeclaradas negras e apenas 28 autodeclaradas brancas. A análise indicou ainda que a mulher presa no período era predominantemente negra (96,9%) e jovem (59,1%).
Quanto às decisões tomadas, a respeito das mulheres, o percentual de liberdades provisórias concedidas foi de 61,6%. A quantidade de prisões preventivas decretadas representa um percentual de 27,4%.