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Água potável que sai das torneiras em Salvador concentra 16 agrotóxicos

Nos registros, que são públicos, constam que, entre 2014 e 2017, as mais recentes divulgadas, foram detectados 16 agrotóxicos na água de Salvador, sendo que 3 deles ultrapassam os limites considerados seguros no país.

16/09/2019 11h29
Por: Redação
Água potável que sai das torneiras em Salvador concentra 16 agrotóxicos

Nem todo mundo sabe, mas é possível consultar os dados do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) e saber se a água que sai das torneiras está ou não contaminada. Nos registros, que são públicos, constam que, entre 2014 e 2017, as mais recentes divulgadas, foram detectados 16 agrotóxicos na água de Salvador, sendo que 3 deles ultrapassam os limites considerados seguros no país.

Do total de substâncias encontradas na água potável dos soteropolitanos, 8 estão associadas a doenças crônicas, como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. São eles: alaclor, atrazina, clordano, DDT+DDD+DDE, Diuron, Glifosato, Lindano e Trifluralina. Na Bahia, foram encontrados agrotóxicos em  271 municípios.

No Brasil, a contaminação da água potável tem aumentado no período, passando de 75% dos municípios afetados em 2014 para 92% em 2017, uma variação positiva de 22,7% no período. No mesmo período, foi encontrado um coquetel com 27 pesticidas em 1.396 cidades brasileiras, o que representa, segundo o Ministério da Saúde, grande risco à saúde da população.

O estado de São Paulo foi onde mais se encontrou o coquetel, presente em 504 municípios, seguido por Paraná (325) e Santa Catarina (228). Mesmo se forem observados individualmente, os agrotóxicos oferecem risco e 20 deles são listados como altamente perigosos pela Pesticide Action Network, um grupo que reúne organizações não governamentais que trabalham no monitoramento da água do planeta.

No entanto, a legislação brasileira entende que apenas 0,3% de todos os casos detectados no país entre 2014 2017 ultrapassa o nível considerado seguro para cada substância. “Talvez certo agrotóxico na água não leve 15% da cidade para o hospital no mesmo dia. Mas, o consumo contínuo gera efeitos crônicos ainda mais graves”, afirmou a pesquisadora do  Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde afirmou que “a exposição aos agrotóxicos é considerada grave problema de saúde pública” e entre os efeitos estão “puberdade precoce, aleitamento alterado, diminuição da fertilidade feminina e na qualidade do sêmen; além de alergias, distúrbios gastrintestinais, respiratórios, endócrinos, neurológicos e neoplasias”

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