Empresário do projeto da F-1 no Rio diz que GP do Brasil será na Cidade Maravilhosa

O empresário JR Pereira, diretor executivo da holding Rio Motorsports, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o GP do Brasil, de Fórmula 1, vai acontecer no Rio de Janeiro em 2021. Responsável pelo projeto de construção do novo autódromo carioca, em Deodoro, zona oeste da capital fluminense, ele afirmou que a Cidade Maravilhosa vai vencer a concorrência com São Paulo por oferecer condições mais lucrativas aos controladores da principal categoria do automobilismo mundial.

"A decisão está feita. Será no Rio de Janeiro, a cidade da esperança (risos). Mas tirando a brincadeira, o Rio tem todas as características de poder sediar a prova. Existem vários fatores que têm de ser analisados. Econômicos, logísticos, segurança, qualidade do autódromo, a parte técnica. Eu acredito que fazendo um bom trabalho, desenvolvendo um bom circuito, com características para o público, levando o show business para dentro do evento, a gente tem uma chance muito boa de sediar a Fórmula 1 a partir de 2021", afirmou.

Segundo JR Pereira, o grande trunfo do Rio de Janeiro em relação a São Paulo é a confiança no pagamento da taxa anual de promoção, de R$ 130 milhões, à Fórmula 1. A capital fluminense tem o respaldo do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), além de um contrato assinado com a categoria de exclusividade nas negociações sobre o GP do Brasil até novembro. No entanto, negou que a decisão seja tomada por questões políticas.

"A corrida aqui em São Paulo, se não me engano, até 2017 fazia os pagamentos da taxa para trazer a prova, mas depois disso, pelo que nos consta, houve problemas financeiros na disputa e a F-1 precisa de uma solução. Isso que a levou, eu imagino, a nos procurar. Ela tem feito isso no mundo inteiro, não é só no Brasil", disse. "A questão da definição da Fórmula 1 vai acontecer 100% na questão técnica, show business e financeiro. É isso o que tenho visto, é essa a mensagem que a F-1 tem me passado (em recentes encontros). A prova em São Paulo contempla 67 mil espectadores. No Rio, é para o dobro disso. Isso cria um fator econômico mais propício à F-1", completou.

O custo da construção do autódromo de Deodoro gira em torno dos R$ 700 milhões. Apesar da crise financeira pela qual passa o Rio de Janeiro, JR Pereira falou que a maior parte desse valor será bancado por investidores estrangeiros. Porém, ele não detalhou esse projeto de financiamento.

"Essa engenharia financeira eu guardo como um segredo. Vou declinar de te responder no detalhe. Mas posso te dizer que existe uma parte de investimento de atores internacionais que já estão acostumados a investir na parte do automobilismo. Você tem a parte de patrocínios, que é muito importante. Lembre-se que o autódromo do Rio de Janeiro não é só para a Fórmula 1", esquivou.