De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), a crise na saúde pública de Feira de Santana é uma realidade que se arrasta há anos, acentuada pela atual gestão municipal. Cerca de 70% das gestantes no município não conseguem realizar as sete consultas de pré-natal recomendadas antes do parto, e as taxas de vacinação infantil estão muito abaixo da meta de 95%, conforme apontam os dados do Ministério da Saúde.
A titular da Sesab, Roberta Santana, aponta que, além da baixa cobertura vacinal, o município enfrenta outro desafio grave: a falta de um hospital municipal para atender a população. “Hoje, 100% dos pacientes que necessitam de internação de média e alta complexidade são atendidos pelo Estado, já que a cidade não conta com uma estrutura própria para esse fim”, afirma a responsável pela pasta da saúde da Bahia.
Ainda segundo Roberta Santana, mais preocupante é o fato de que mais de 60% dos casos pediátricos e 85% dos adultos poderiam ser resolvidos nas unidades básicas de saúde, se não fosse a falta de médicos, o que força a população a buscar atendimento nas emergências. A situação é ainda mais grave quando se analisam os índices de vacinação infantil.
“Exemplos preocupantes incluem a vacina BCG, que previne contra as formas graves da tuberculose e tem cobertura de apenas 64,85%. Isso sem falar das vacinas contra a Poliomielite, Covid-19, Pentavalente, Hepatite B, Rotavírus Humano, dentre outras que estão longe da meta de 95%, mostrando que o município falha em proteger suas crianças contra doenças graves”, acrescenta a secretária.
A titular da Sesab também destaca que esse cenário não é recente e que o problema na saúde pública de Feira de Santana ‘se intensificou ao longo dos anos, com ex-prefeitos deixando lacunas significativas na área’.