A Polícia Federal (PF) está investigando uma contratação feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com dispensa de licitação. Trata-se do acordo de contratação feito com a empresa israelense Cognyte. A PF apura ainda se a corporação fez uso desse software para espionagem durante as eleições de 2022.
A investigação sobre a contratação do software pela PRF corre em paralelo ao inquérito sobre a "Abin paralela" no governo Bolsonaro, que está sendo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação da PF apura a possibilidade de que a PRF tenha utilizado softwares de espionagem semelhantes aos da Abin durante as eleições de 2022. A Cognyte é a empresa israelense responsável pela negociação do programa First Mile com a Abin.
A informação é do portal Uol. De acordo com ele, o inquérito suspeita da existência de lobby e do uso de software espião. A PF teria aberto a investigação depois de receber informações da Corregedoria da PRF durante uma tensão na própria PRF por um disputa interna entre dirigentes bolsonaristas e petistas.
Entre as suspeitas, está uma viagem do diretor-geral da PRF, Renato Antônio Borges Dias, e sua esposa, Silvania Barros, em fevereiro de 2018, para Tel Aviv, em Israel. Ela teria sido financiada por um agente da PRF. Dois meses depois dela, uma equipe da Polícia Rodoviária Federal realizou uma missão oficial em Israel, sem a presença de Renato Dias. Segundo a PRF, a viagem não envolveu discussões sobre a contratação de softwares ou equipamentos, o objetivo da missão teria sido o "intercâmbio de conhecimento nas áreas operacional e de inteligência".