A primeira cidade provisória para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul foi entregue nesta quinta-feira (4) em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. O Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) foi batizado como “Recomeço” e está localizando no pátio da Refinaria Alberto Pasquali, da Petrobras.
Durante a inauguração, o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB) disse que a medida “não é ainda o ideal”, mas afirmou ver o centro humanitário como “mais um passo” para reduzir o número de desabrigados no estado, que chega a cerca de 6.000 no momento.
Ainda nesta manhã o espaço começou a receber seus primeiros moradores, a maioria do próprio município de Canoas, um dos mais afetados pelas cheias. A lotação máxima de 630 pessoas deve ser atingida até o dia 15.
A estrutura familiar foi considerada para acolher as primeiras famílias, considerando critérios como presença de idosos, gestantes, PCDs (pessoas com deficiência) e pessoas com TEA (transtorno do espectro autista).
No total são 126 casas modulares instaladas em uma área de 30 mil metros quadrados, próximo à estação do Trensurb, com estruturas simples, no padrão da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados. Cada casa tem 17 m² e abrigará até cinco pessoas.
O espaço será gerenciado pela Agência da Organização das Nações Unidas para as Migrações (OIM). Já sobre a alimentação fica a cargo de empresa contratada pela agência e sendo servida em refeitório coletivo que pode ser ocupado por até 450 pessoas.
O vice-governador Gabriel de Souza (MDB) está coordenando a ação para reparar os danos causados pelas chuvas e enchentes. A instalação das casas provisórias começou no dia 17 de junho, sendo financiada pelo sistema Fecomércio/Sesc/Senac. A Agência da ONU para Refugiados fez a doação das casas modulares, montadas por especialistas com auxílio do Exército.
A Brigada Militar do RS, que terá um posto fixo para atuar na segurança do local e a Secretaria de Segurança Pública de Canoas fará a gestão das câmeras de circuito interno.
Ainda dois consultórios médicos foram montados no lugar, um para atendimento e outro para recuperação. Os espaços também conta com equipes de saúde e assistência social municipal e estadual.
Os próximos quatro CHAs serão instalados em Porto Alegre, no Centro Vida, no estacionamento do Porto Seco e no Centro de Eventos Ervino Besson, e no Centro Olímpico Municipal (COM) de Canoas. A previsão é que 3.700 pessoas sejam acolhidas.