O primeiro Relatório de Transparência Salarial publicou, nesta segunda-feira (25), dados apontando que mulheres ganham 17,3% a menos do que os homens no estado da Bahia. O documento foi apresentado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), com informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal.
Ao todo, 2 mil empresas baianas responderam ao questionário que juntas somam 743,6 mil empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023. A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Na Bahia, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.
No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 195,3 mil e 82,4 mil, respectivamente. No entanto, a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.890,51, enquanto a da não negra é de R$ 3.300,43. No caso dos homens, os negros, também maioria nas empresas, recebem em média R$ 3.425,47 e os não negros, R$ 4.131,58.
O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
No caso da Bahia, o relatório registrou que 44,8% das empresas possuem planos de cargos e salários; 36,2% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 30,4% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 25,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.