A taxa de mortes entre pessoas negras é o triplo do registrado entre o resto da população brasileira em 2021, sendo que a cada 10 vítimas oito são negras. Em relação a 2020, o número de negros assassinados caiu 3,5%, 36.922 casos em 2021, contra 38.274 no ano anterior.
Entre os estados e o Distrito Federal, lideram as taxas o Amapá, com o dobro da nacional (60,7), a Bahia (55,7) e o Rio Grande do Norte (48,9). Ao todo, negros foram 79% dos 47,8 mil mortos em 2021, considerando a soma de pretos e pardos, segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do instituto, apontam que as pessoas que se autodeclaram pretas e pardas são 56% da população.
As informações fazem parte do Atlas da Violência 2023, publicado nesta terça-feira (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A publicação identifica quem são os mortos no país e quais as violências sofridas pelos diferentes grupos da população.
O levantamento ainda aponta a população negra como principal vítima da violência no Brasil. Em 2021, segundo o Atlas, a taxa de homicídios chegou a 31 casos a cada 100 mil habitantes negros, contra 10,8 casos de não negros (soma de amarelos, brancos e indígenas).