Em tese, o Brasil entraria em campo para ganhar - na prática, a Jamaica cozinhou o jogo e levou a classificação para as oitavas de final da Copa Feminina com um empate de bom tamanho. Com a posse de bola, a apática Seleção teve o controle da partida, mas pecou - novamente - nos fundamentos básicos e não soube ser efetivo ofensivamente.
Em uma partida que deveria ter um meio criativo e um ataque eficaz, quem se destacou foi a zagueira Rafaelle na saída de bola. A técnica Pia Sundhage, porém, postergou as mexidas nas peças e no esquema tático da Seleção que precisava, a todo custo, de uma vitória nesta quarta-feira (2).
"Essa é sempre uma pergunta que se faz quando vê que não funcionou. Algumas das situações, ali na segunda metade, poderiam ter sido melhores. Quando vimos o resultado, sabemos que pode ter sido um pouco tarde", disse a sueca quando foi questionada sobre o assunto em entrevista coletiva.
Além disso, ela assumiu a "responsabilidade" do empate que provocou a eliminação do Brasil na fase de grupos pela terceira vez na história dos Mundiais femininos.
De acordo com a treinadora, o Brasil se preparou bem para a partida - prevendo a retranca da Jamaica -, mas falhou em dois aspectos: na velocidade nas jogadas de ataque e na abertura do jogo pelos lados, já que o meio pouco funcionou, tampouco as bolas longas. "Quando não conseguimos derrubar a defesa delas, ficamos um pouco mais estressadas e, consequentemente, mais lentas e com pouca coragem", analisou.
Perguntada ainda sobre a sua permanência à frente da Seleção, Pia foi objetiva ao apenas dizer o prazo do seu contrato: 30 de agosto do próximo ano. Ela também não vislumbrou a continuidade de Marta na equipe.
A camisa 10, inclusive, em entrevista à TV Globo, anunciou a despedida de Copas. "Marta acaba por aqui. Estou contente com tudo isso que vem acontecendo com o futebol feminino do nosso Brasil e do Mundo. Para mim é o fim da linha agora, para elas só o começo."