A Agerba, órgão público responsável pelo sistema ferry boat, continua sem especificar, mesmo questionada insistentemente pelo Metro1, quando será feita a aquisição das duas novas embarcações para o modal. A informação sobre a compra foi revelada na manhã da última sexta-feira (10). Até esta terça (14), ainda não foi informado um prazo.
Em nota nova, a Agerba afirmou apenas que, "a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), inicialmente, está realizando estudos para lançar uma pré-qualificação internacional visando a aquisição de ferries para fortalecer o Sistema Ferry Boat". A ampliação do número de berços/gavetas de atracaçãos foi uma das cobranças feitas nesta segunda-feira (13) pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para evitar o caos no sistema.
Segundo o órgão,o objetivo é adquirir embarcações com capacidade acima de 150 veículos e em torno de mil passageiros.
Também em resposta às cobranças estaduais, a Agerba ressaltou que "estão sendo realizadas melhorias na infraestrutura dos terminais marítimos de Bom Despacho e São Joaquim". Na sexta-feira (3), foi publicada no Diário Oficial do Estado a licitação para a obra de dragagem e derrocagem. "A previsão é de que a abertura dos envelopes com as empresas interessadas em executar a obra aconteça em 9 de março", disse, na nota.
A demanda tem relação com as reclamações e a previsão de caos no sistema, durante o Carnaval, que foram tema da matéria de capa da última edição do Jornal da Metropole. Na folia, a Agerba disse que seis embarcações vão funcionar, podendo chegar à capacidade máxima de sete ferries. A expectativa é que 350 mil pessoas e 52 mil veículos utilizem o sistema entre 14 e 27 de fevereiro.
Termos do contrato
Ainda no último comunicado, o órgão pontuou que "como poder concedente, atua dentro do rigor da lei, fiscalizando e autuando a concessionária de acordo com os pontos críticos para a prestação de um bom serviço". O contrato de concessão pública tem com prazo de 25 anos, podendo ser prorrogado por igual período.
Questionada, a Agerba afirmou que "é possível romper o contrato, após trâmites de intervenção, e caducidade formal". Não disse, entretanto, se isso será feito.
No comando do caos
Nomeado no segundo mandato de Rui Costa (PT), Carlos Henrique de Azevedo Martins está no comando da Agerba há quase quatro anos. No período, não houve sequer a aquisição de novas embarcações. Irmão do senador Angelo Coronel (PSD), Carlos Henrique sempre sustentou um perfil reservado, longe dos holofotes. Entre 2009 e 2013, foi diretor da Junta Comercial da Bahia (Juceb), mas acabou demitido pelo então governador, Jaques Wagner (PT). À época, a imprensa noticiou que a exoneração havia sido de surpresa.