A greve de pilotos e comissários, iniciada na manhã desta segunda-feira (19), deve se estender para está terça-feira (20), de acordo com informações do Sindicato dos Aeronautas. A paralisação, que aconteceu em aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza, deve seguir “nos mesmos moldes de como foi hoje, respeitando a decisão judicial”, de acordo com nota divulgada pela assessoria do sindicato.
A greve ocorreu entre 6h e 8h da manhã, “em respeito à sociedade e aos usuários do sistema de transporte aéreo”. “Os aeronautas farão a paralisação somente por duas horas, sendo assim todas as decolagens iniciarão após às 8h. No entanto, todos os voos com órgãos para transplante, enfermos a bordo, e vacinas, não serão paralisados”, declarou o sindicato.
Apesar de durar apenas duas horas, a paralisação gerou reflexo em vários aeroportos do país. Até o início da noite de segunda-feira (19), 22 voos foram cancelados e dezenas atrasados devido à greve, segundo as últimas atualizações das concessionárias dos aeroportos.
Os funcionários reivindicam reajuste salarial compatível à inflação, “tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas”, e melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações. Os trabalhadores recusaram uma proposta de retorno ao trabalho feita junto ao Tribunal Superior do Trabalho e aderiram à convocação do Sindicato Nacional dos Aeronautas. De acordo com decisão do Superior Tribunal do Trabalho, TST, 90% dos aeronautas devem continuar trabalhando.
As companhias afirmaram estar em negociações com a categoria. A Latam disse que as negociações com o Sindicato Nacional dos Aeronautas acontecem desde o início de setembro para a construção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e aguarda convocação de assembleia pelo Sindicato para votação pelos tripulantes da companhia. Já a GOL Linhas Aéreas, em nota, afirmou que não vai comentar sobre a greve e, por se tratar de um assunto setorial, se posiciona por meio do SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), que deverá ser consultado. A Azul também disse que não vai se manifestar.