Todos os anos a Bahia apresenta cerca de 9 mil novos casos de câncer de pele, somados os tumores do tipo melanoma e não melanoma, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O médico dermatologista Lucas Fernandes, explica que os tumores não melanoma têm como principal fator de risco a exposição solar crônica. Portanto vai ser mais frequente em zonas não cobertas pela roupa como face, orelha, colo, mãos e antebraços.
“A Bahia está localizada em baixa latitude, com consequente alta irradiação solar em todas as estações do ano. Somada esta situação geográfica à cultura da lavoura, que demanda trabalho ao sol, o estado tem destaque importante nestes tumores”, analisou.
Já os tumores tipo melanoma, conforme o médico, apresentam relativamente baixa incidência na Bahia, quando comparada com estados do Sul e Sudeste do Brasil. Mas ele alerta que existe um subtipo desta doença chamada “melanoma acral”, que tem uma mortalidade significativa no estado da Bahia.
“Esta variante não está relacionada ao tom da pele, como os demais tumores melanoma. Então, se apresenta de forma não rara em negros. Estes, por suspeitar que a alta melanina de sua pele confere proteção, costumam ter diagnóstico tardio. E consequente maiores taxas de mortalidade”, afirmou.
O dermatologista Lucas Fernandes lembra que além de exposição solar e cor da pele, existem outros fatores de risco para os cânceres da pele como histórico familiar, tabagismo, imunodeficiência, exposição a arsênio, radiações ionizantes e síndromes genéticas. Ele destaca o que deve ser feito para prevenção da doença.
“Câncer de pele tem como principal fator de risco o sol, então é importante o uso de protetor solar e roupas com proteção UV. Também é importante evitar o tabagismo, pois alguns tipos de câncer de pele são provocados por cigarro. Deve-se tratar as feridas crônicas, como úlceras varicosas, pois elas aumentam o risco de desenvolvimento de câncer de pele. É importante também não realizar bronzeamento artificial para fins estéticos, que inclusive é proibido no Brasil. São aqueles bronzeamentos com câmeras de luz, com aparelhos. Ele aumenta o risco do tumor melanoma que é o câncer de pele mais perigoso”, alertou.
O especialista destaca ainda que o paciente que tem um histórico de câncer de pele prévio ou o paciente que tem pele clara, número grande de pintas, deve ir ao dermatologista todos os anos. Além disso, se tiver alguma lesão com dificuldade de cicatrização ou que sangre, ou que seja uma pinta que altere do ponto de vista de cor, formato, ou que esteja crescendo, também é importante procurar um dermatologista.