Após pouco mais de um mês do ataque a bombas ao ônibus do Bahia, a Polícia Civil pediu a prorrogação por mais 30 dias do inquérito que apura o crime. O prazo inicial terminou no último sábado (26). Um mês após o atentado, todos os envolvidos foram identificados, mas ninguém foi preso.
Segundo a polícia, pelo menos nove pessoas participaram do ataque. Quatro suspeitos foram identificados. Todos fazem parte da torcida Bamor, e um deles é o presidente do grupo, Half Silva. No último dia 15, a torcida comunicou o afastamento preventivo dos quatro membros envolvidos no ataque.
A polícia já ouviu quatro suspeitos e eles também passaram por acareação. Half disse que não participou do ataque e alega que no dia do crime estava em Feira de Santana, acompanhando o jogo entre Bahia de Feira e Coritiba, pela Copa do Brasil.
O carro de Half foi usado no atentado. O veículo passou por perícia que comprovou a presença de resíduos de explosivos. O presidente da Bamor, no entanto, diz que o carro estava estacionado na sede da torcida e foi usado por alguém.
Após o prazo de 30 dias, a Polícia pode prorrogar o inquérito pelo mesmo período. De acordo com a delegada Francineide Moura, da 6ª delegacia de Brotas, responsável por investigar o caso, o crime teria sido premeditado.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o ônibus com a delegação do Bahia foi alvo de bombas. Segundo a investigação, os suspeitos chegaram no local - na Avenida Bonocô -, por volta das 17h40 e permaneceram até 20h.
A defesa dos suspeitos alega que eles estavam indo para um baba e decidiram recepcionar o ônibus do clube. A versão foi descartada pela Polícia Civil.
Após o ataque, a Polícia Militar solicitou ao Ministério Público a suspensão da Bamor por seis meses. Uma reunião entre as partes está programada para acontecer.
Tentativa de homicídio - Os suspeitos do ataque ao ônibus do Bahia vão responder por tentativa de homicídio.
No ataque, o goleiro Danilo Fernandes e o lateral Matheus Bahia ficaram feridos. O goleiro sofreu cortes nas pernas, braços e rosto. Um dos estilhaços atingiu a região do olho. Danilo chegou a passar por um procedimento médico no globo ocular antes de ser liberado para retomar atividades leves.
Um carro que trafegava na avenida no momento do atentado também foi atingido. A motorista do veículo sofreu ferimentos leves.