Os preços de passagem aérea de Salvador para destinos nacionais cresceram até sete vezes, segundo levantamento do jornal Correio*. A alta é afetada por dois aspectos simultâneos: a alta estação e a demanda reprimoda após dois períodos de fechamento de atividades por causa da pandemia de Covid-19. Na média, os valores estão 30% a 40% maiores.
A viagem para para São Paulo custa no próximo final de semana R$ 5.656,45, pela Azul. Segundo agentes de viagem, esse trecho saia entre R$ 600 e R$ 700. Ou seja, ele está até sete vezes mais caro que o normal. Já para o Rio de janeiro, pela GOL, é preciso pagar R$ 4.469,06. Para Fortaleza (CE) o valor é de, pelo menos, R$ 1.385, subindo para R$ 4.995,59 a depender do horário do voo.
No caso de Porto Alegre (RS), a diferença de valores assusta. A passagem mais barata sai por R$ 2.027, mas neste mesmo trajeto o custo pode atingir R$ 18.645 – a ida, com duas escalas, em São Paulo e Brasília, e a volta, por voo direto, pelo site 123 Milhas. O valor se assemelha a de trajetos internacionais.
Segundo a vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens da Bahia (Abac-BA), Maria Ângela Carvalho, o retorno da atividade ainda não alcançou o ritmo do aumento da procura. “Foram tirados muitos voos e, a partir de novembro, alguns retornaram, mas não de acordo com a demanda”, frisou ela.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ressalta que o regime de liberdade tarifária foi instituído pelo governo federal em 2001 e ratificado pela Lei n° 11.182/2005. Já a Azul informou, em nota, que a alta do dólar e do combustível influenciam nos valores das passagens. Outros fatores são: trecho, sazonalidade, compra antecipada, disponibilidade de assentos, entre outros.
A Latam argumentou que adota a precificação dinâmica, predominante no setor aéreo. Segundo a empresa, diversos fatores são levados em consideração, “para oferecer a cada cliente o produto mais adequado, de acordo com a demanda de cada perfil de passageiro”.